Atmadja – Parte 7 : "Seqüestro"


Agora desamparados e sem saberem como dar continuidade na sua viagem, Selena e Jim passaram o resto do dia calados em seus quartos na estalagem, olhando ora para o teto, ora para o horizonte, a espera de que Faeh voltasse ou o Bardo do castelo chegasse para lhes mostrar o caminho.

As horas passaram e era noite já quando Selena teve uma idéia, ela disse a Jim, qua na próxima manhã, eles teriam de achar um jeito de viajar até Kah Lad, o reino ao sul, pois ela ouvira de sua mãe muitas histórias sobre este reino e tinha certeza de que lá alguém poderia lhes ajudar, principalmente o seu rei Yoneh Ihabed, o qual, segundo sua mãe, conhecia todos os artefatos mágicos do mundo.

Jim se empolgou com a história de Selena e os dois conversaram muito até a hora em que foram abatidos pelo sono e dormiram profundamente, pois na manhã seguinte, estariam novamente na estrada e dando continuidade na maior das suas aventuras.
Entretanto, no meio da noite, o dono da estalagem conferiu os retratos que lhes foram mandados pela guarda real, e tinha certeza que ele hospedava ali a princesa real e seu amigo, os quais foram dados por desaparecidos e o Rei estava oferecendo um título nobre dentre a realeza para quem os trouxesse devolta.

Quando amanheceu, as duas crianças acordaram sem pressa alguma, levantando preguiçosamente e empolgados para começar a sua nova viagem.
Jim terminou de se arrumar antes, e caminhou em direção as escadas da estalagem, mas assim que conseguiu avistar o andar de baixo, onde ficavam as mesas para servirem o desjejum, seus olhos arregalaram-se com o que ele tinha visto. Ele apressou-se em voltar para o quarto correndo e avisar Selena que eles tinham que dar um jeito de fugir dali, pois alguém havia chamado Marc Vollenkauser, seu pai, para buscá-los.


Rapidamente, as duas crianças acham um jeito de descer pela janela da estalagem, afinal, subir e descer paredes, muros e árvores era uma das especialidades dos jovens e seria fácil para eles escaparem dali sem que fossem pegos.
Mas a pessoa que fora mandada em seu encalço não era um simples guarda do rei, era aquele que era conhecido como “O Cavaleiro Mágico” e não seria fácil escapar dele.
Os dois jovens andavam rapidamente para um bosque que havia no lado leste da estalagem e eles tinham certeza que estariam livres de qualquer perseguição logo que entrassem no mato.

Jim puxava Selena pela mão enquanto corriam pelo mato raso em meio às árvores e já começavam a se dar por livres quando o tal cavaleiro mágico os surpreendeu pulando de trás de uma arvore grande e os pegando pelos ombros.
As duas crianças se debatiam e esperneavam tentando escapar mas não surtia o menor efeito, eles eram como plumas nas mãos de Marc, o qual ria e dizia para eles que eles não precisavam ter feito isso e que deixaram todo mundo muito preocupado no castelo. Entretanto Selena não admitia ser capturada assim, gritava para ele que a própria bondade poderia acabar caso ela não completasse a sua missão.

Marc não sabia da historia da luneta e nem fazia idéia dos poderes malignos que ela detinha e por isso não deu muita bola para o que as crianças falavam. Ele levantou e começou a carregar as crianças devolta para casa. Mas no minuto seguinte as árvores começaram a mostrar um comportamento diferente, começaram a sussurrar e a balançar uniformemente, Marc chegou a perceber isso, mas era tarde, ele não foi capaz de reagir de outra maneira a não ser ficar fascinado com a dança das plantas e quando voltou a si, já tinham levado as duas crianças embora e tudo o que ele lembrava era de ter seus olhos verdes se encontrado bem de perto com lindos olhos azuis de uma mulher que usava um vestido vermelho...

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Atmadja – Parte 6 : O Ancião


A linda moça de vestido foi levando as duas crianças pelos corredores daquele labirinto como se conhecesse o lugar há anos. Em alguns minutos estavam fora dali, e incrivelmente não tinham sido seguidos por ninguém.
Selena estava maravilhada, parecia que tinha sido enfeitiçada pelo carisma da jovem, e não conseguia parar de olhar para ela, admirada. Jim estava igualmente admirado, mas ele, no entanto, estava mais preocupado em sair de lá vivo.

Depois de algum tempo correndo, eles alcançaram o que seria uma espécie de saída secreta daquele lugar, e caminharam por mais alguns minutos para dentro de um bosque de eucaliptos que tinha por ali.

Finalmente Selena conseguiu deixar sair sua voz e perguntou qual era o nome da moça que lhes salvou.
E ela se apresentou para os jovens como Faeh Kizha, uma dançarina errante. E Jim apressou-se em questionar o que é que um dançarina estava fazendo naquele lugar cheio de bandidos. Ela novamente explicou para eles que estava lá a pedido de um velho amigo, com o qual viajava junto, e que tinha ido lá para investigar um homem suspeito que tentou lhes roubar o pouco dinheiro que carregavam.

Mas ai foi a vez de Faeh perguntar o que é que duas crianças estavam fazendo lá, e era sem dúvida mais estranho 2 crianças estarem naquele lugar do que uma dançarina.
Então Selena lhe contou toda a história com detalhes. Ela não sabia o motivo, mas tinha em sua cabeça um incontestável sentimento de confiança sobre esta jovem e belíssima mulher.

Contudo Faeh a interrompeu quando Selena, após contar a história, resolveu pronunciar o nome do seu artefato mágico.
Faeh ficou meio aflita com aquilo, tapou a boca de Selena com a mão e pediu pra que ela não repetisse aquele nome nunca mais, pois a cada vez que o falasse, poderia deixar o item ainda mais poderoso.

A preocupação da jovem era clara, e ela apressou-se em leva-los até uma estalagem e deixar tudo pago para que eles dormissem e se alimentassem bem, pois ela tinha de ir embora e não poderia mais acompanha-los.
Selena e Jim ficaram tristes, pois teria a certeza de que estariam sob a proteção da mulher de vermelho até o fim de sua jornada.
Mas estavam enganados, Faeh logo desaparecia no horizonte, e a expressão de preocupação na sua face era clara.

Assim que Faeh chegou novamente em seu acampamento, explicou para o velho o qual ela chamava de ancião sobre o dia curioso que ela teve e sobre a luneta, em posse da pequena princesa Selena. O velho não gostou nada da história e disse que precisaria encontrar as duas crianças, pois um destino muito obscuro poderia estar a espreita dos dois pequenos, e talvez do resto do mundo...


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Os Domínios Celestiais


Em Khali, o que chamamos de "Domínios celestiais", são na verdade reinos. Cada um regido por um Rei e/ou uma Rainha, os quais devem possuir a prova maior de que o mundo os escolheu para governar uma nação.
Este símbolo é um das "Seis", armas que retém um poder esplêndido de fascinar as pessoas além de serem artefatos mágicos únicos e muito poderosos.

Os Domínios são:


Armétia, com sua capital sendo Halen, a maior cidade conhecida do mundo.
Quem rege o poder em Armétia é Lisa Houten'i, muito conhecida mundo a fora por ter conseguido conquistar seu trono sendo amada pelos habitantes do reino, conseguindo assim, sua espada "Enya" uma das Seis.

Lérien, o reino elfico com a sua capital em Ayleen. Leório Ledh'as decendente da familia real em Lérien, Leório é o detentor de "Nádhia", a segunda das Seis.

Aura o Reino mais avançado de toda Khali, O responsável por tal crescimento padronizado e ordenado foi a família Linora, que mantém seu legado com o trabalho do Rei Tolkius Arthen de Linora, detentor da lança "Luzi".


Mithra, o povo bárbaro. O reino conseguiu sua fama graças a Brahms, O Terrível, que apesar de ser extremamente louvado e amado por seu povo, é tido como tirano pelos povos vizinhos devido à sua sede por batalhas. Brahms conseguiu o respeito de "Evinas", a mais poderosa dentre as Seis.

Isshin é um reino espiritual, regido por um sábio chamado Ikai Senshou que é tido mais como um líder espiritual do que como um rei, ex-detentor de "Alicia", passou sua espada para Shin, um andarilho que buscava o caminho da luz, mas continuou sendo lider do seu povo até que Shin voltasse para assumir o trono.

Kah Lad é um reino cheio de mistérios e enigmas antigos, por estar sendo coberto por um deserto crescente, há muitos segredos em Kah Lad que a maioria das pessoas de Khali nem faz idéia que existem. Que governa o povo de Kah Lad é um Sult chamado Yoneh Ihabed, conseguiu subir ao trono ao provar ao povo que era o escolhido pela adaga "Iris" para governar Kah Lad.

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Atmadja – Parte 5 : Dance, Dance.


Selena e Jim andavam pelas ruas da cidade admirados com a quantidade de pessoas que circulavam por ali sem parar, e com todas as roupas diferentes e tipos de pessoas as quais chamavam a atenção com seus sorrisos, deconfianças, lábias, iras e todas as mais variadas formas de expressão que podiam ver nos rostos dos cidadãos de Praani, a capital do Reino de Aura.

A essa hora o Rei Tolkius, já chamava o seu conselho para achar um jeito de mandar buscar sua filha. Ele começava a pensar que a maldição da luneta já haiva começado e ele tinha muito medo de perder seu tesouro mais precioso.
Moiro disse para Tolkius continuar com seu trabalho ali, e que ele iria atrás da mãe de Selena e Rainha de Aura no reino vizinho de Kah Lad, e de lá traria algo que talvez pudesse ajudar na busca pela criança, pois apesar de ela ser uma menina ainda muito jovem, a cidade de Praani é grande e existem muitas pessoas ali com intenções não dignas.

As duas crianças andaram por muito tempo conhecendo os lugares da cidade e dando um jeito de escapar da vista dos guardas reais, pois era óbvio que já estavam a procura dos dois.
Contudo a fome começou a bater e eles resolveram que teriam de parar para fazer um desjejum. Escolheram uma pequena pracinha para faze-lo, e em alguns instantes ali estavam as duas crianças sentadas em uma pequena toalha, comendo pão com a famosa geléia de morangos que a avó de Jim preparava.

Tolkius reuniu a guarda real e mandou que em segredo eles procurassem pela sua filha e pelo seu amigo Jim, pois os dois haviam escapado para a cidade e não deveria estar longe, apesar de ser uma capital grande, não deveria ser problema para seus soldados encontrar duas pequenas crianças.

Enquanto os dois comiam, chegavam por ali perto vários pássaros esperando pra receberem um pouco de comida dos humanos e o fato de ter duas crianças sentadas na praça comendo pão junto a vários pássaros, certamente chamou a atenção das pessoas que circulavam por ali e em alguns instantes, chegara junto aos dois pequenos um jovem de longos cabelos e com boa aparência que se apresentou como Rozer Mãos Leves.
Ele parecia ser um jovem muito animado e não demorou muito pra conquistar as crianças, se oferecendo para servir de guia para os dois enquanto caminhavam sozinhos pela capital, afinal isso era perigoso. Ainda mais para duas crianças.

A guarda real começara de imediato a busca pelos dois jovens. Percebendo isso Rozer tratou de rapidamente leva-los para seu esconderijo subterrâneo nos esgotos da cidade, dizendo que ali eles estariam seguros dos guardas. Selena e Jim acreditaram nas suas palavras e o seguiram. Mas suas intenções eram vis.
Rozer levou as crianças para o que era na verdade uma guilda de ladrões muito conhecida no submundo de Praani ele iria usar os dois como o prêmio que lhe daria direito de entrar para a guilda.

Mas seu plano não foi bem sucedido, pois enquanto ele se apresentava para o chefe da guilda, e garantia que a menina era filha do rei, a Luneta dentro da bolsa de Selena começou a vibrar e brilhar de uma maneira estranha e, mesmo contra sua vontade, Selena sentiu uma vontade incontrolável de olhar pela sua lente, e assim ela o fez. Podendo perceber que as pessoas ali não precisavam ser corrompidas, elas já eram tomadas por vários tipos de maldade. Passar essas pessoas pela luneta apenas os fez colocar essa maldade para fora causando uma grande confusão e iniciando muita briga ali dentro.
Então ela pegou Jim pelo braço e os dois saíram correndo assustados pelos muitos corredores que ali existiam.

O lugar era um labirinto e eles não tinham idéia de como sairiam dali. E foi só uma questão de tempo até que eles estivessem encurralados novamente, mas dessa vez por outros bandidos os quais os usariam para conseguir maiores graduações e riquezas dentro da guilda.
Jim cerrou seus punhos e se preparou corajosamente para enfrentar os ladrões enquanto Selena sentou no canto e deixou que escorressem algumas lágrimas. Nesse momento, vários som combinados em uma suave harmonia se intensificavam e colocavam os bandidos para dormir calmamente, deixando o caminho livre para que as crianças pudessem escapar.

Pensando que novamente o bardo encantado tinha voltado para lhes salvar Selena não quis sair dali enquanto ele não aparecesse, mas o que saiu das sombras foi uma belíssima mulher usando um majestoso vestido vermelho, ela dançava e brandia um leque no ar enquanto a música ia surgindo pelos corredores, vinda de várias pétalas de rosas que voavam ao seu redor conforme ela dançava.
Ela estendeu a mão para as crianças dizendo que os tiraria dali. E desta vez Selena não tinha dúvidas nesta mulher eles poderiam confiar...


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Literalmente 'Contos'



Boa Tarde amigos leitores dos Contos de Khali!

Estamos em fase de experimento com uma novidade pro pessoal que acompanha aqui semanalmente.
Eis que tivemos a brilhante idéia de 'gravar' nossos contos em formato de audio, para que se torne ainda mais fácil acompanhar as aventuras, poemas, comentários e romances que escrevemos aqui.

Ainda existem vários ajustes para serem feitos, mas aqui está o primeiro exemplar de teste que postaremos em nosso blog.

Uma boa semana a todos e aguardem a continuação do conto Atmadja, ainda esta semana.

Um abraço!


Baixe aqui o Audio deste post.

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Atmadja – Parte 4 : A Maldição


O trovador misterioso levara as duas crianças até a sala do trono onde Selena pode encontrar seu pai enquanto Jim saia correndo para o encontro de sua avó em seus aposentos.
O Rei queria saber o motivo de sua filha estar tão alvoroçada, mas ao mesmo tempo tinha de prestar sua cordialidade ao novo visitante, o qual chegara sem avisar, e não tinha sido anunciado.

Selena desandou a falar, falou tudo de uma só vez sem para nem sequer pra pegar fôlego, não foi sem motivos que acabou se afogando e com isso dando motivos para seu pai mandá-la descansar um pouco em seu quarto enquanto conversava com o bardo que ali esperava calmamente.
A história de Selena deixou tanto Moiro quanto o Rei bem apreensivos, pois ela contou sobre uma tumba secreta e uma luneta que ambos já tinham ouvido falar antes e a coisa não era boa.
Por fim, o Rei deixou que Moiro se identificasse e contasse o motivo de sua visita ao seu reino. E ele assim o fez, dizendo que o principal motivo de sua estada ali era de fato a sua filha, e o objeto que ela tinha encontrado e isso deixou Tolkius ainda mais Intrigado com seu visitante.

Então Tolkius pediu para que ele explicasse em detalhes essa história. E Moiro começou a contar sobre a luneta...

"Há muito tempo atrás, numa guerra esquecida pela maior parte da humanidade, os deuses lutaram contra seres obscuros usando de armas criadas com o anima do planeta. Tais armas existem até hoje trocando de dono de tempos em tempos, pois a ambição dos homens sempre os motiva a buscar mais poder.
Contudo, existiu uma outra arma poderosa feita com o intuito de vencer os humanos e obter o domínio do poder total sobre quem a possuísse... Mas essa arma terrível foi destruída e de seus cacos vieram as grandiosas espadas dos reis denominadas de “As Seis” e muitos outros artefatos os quais se espalharam pelo mundo e até hoje tem seus paradeiros ocultos da maioria dos seres vivos em Khali.
Um desses artefatos criados se chama “Ldalheus” e é uma luneta com poderes obscuros e com um único intuito: Dominar e corromper os seres vivos.”


E era essa luneta que Selena havia desenterrado...

Tolkius estava inconformado ao ver que sua filha estava amaldiçoada com a posse da luneta, pois segundo Moiro, aquele que lê a mágica de ativação, se torna detentor da luneta e seu único dono o qual tem como função corromper todas as criaturas possíveis ao seu redor e em todos os lugares que fisitasse, até que por fim se tornaria um ser tão corrompido quanto o mundo que estaria criando, vivendo em conflito eterno com sua própria consciência.

Mas, prevendo tudo isso, Moiro estava ali. E tinha vindo para ajudar Selena a se livrar disso, pois o poder da luneta é tão grande que ao simples vislumbre do objeto, ninguém sente a menor vontade de destruí-la, mas sim, de usa-la. E por este motivo, Selena deveria manter a luneta em segredo, escondida de todos.
Segundo Moiro, Selena é uma criança muito pura, então será trabalhoso para a luneta conseguir corrompe-la rapidamente, por isso eles devem achar uma forma de destruir a luneta logo.
Tolkius prometeu deixar a filha trancada durante esse tempo, para que nada lhe aconteça e para evitar que ela venha a usar a luneta sem querer nas pessoas a sua volta.

Entretanto, Selena estava ouvindo toda essa conversa e tratou de sair dali em busca da tal maneira para destruir a luneta. Ela rapidamente fez uma pequena mochila com suas coisas, e chamou Jim para que se aprontasse também, pois dessa vez teriam uma missão de verdade: Encontrar alguém que soubesse como destruir a luneta.
E, em instantes estavam os dois prontos para usar sua saída secreta do castelo e partir em busca de alguém que pudesse saber algo sobre a luneta.

No entanto, a dúvida deles agora era... por onde começar?



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A lenda de Irôko

Histórias do Moiro para se contar em volta da fogueira...


No começo dos tempos, as primeiras árvores plantadas foram os Irôkos, Na mais velha das árvores de Irôko, morava seu espírito, e o espírito de Irôko era capaz de muitas mágicas e magias...
Irôko divertia-se assombrando os outros... À noite saia com uma tocha na mão, assustando os caçadores... E quando não tinha o que fazer ficava a brincar com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco.
Fazia muitas mágicas, para o bem ou para o mal. Todos temiam Irôko e seus poderes...
Quem o olhasse de frente, nos olhos, enlouquecia e podia até morrer de medo.

Numa certa época, logo após a grande guerra das trevas, nenhuma das mulheres das aldeias engravidava... Já não havia crianças pequenas no povoado e todos estavam desesperados.
Foi então que as mulheres tiveram a idéia de recorrer aos mágicos poderes de Irôko. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo o cuidado de manter as costas voltadas para o tronco, Não ousavam olhar para a grande planta face a face, suplicaram a Irôko, pediram a ele que lhes desse filhos...

Já esperto e ligeiro ao lidar com o espírito humano Irôko quis logo saber o que teria em troca. As mulheres eram, em sua maioria, esposas de lavradores, e prometeram a Iroko o que tinham aa oferecer no momento: milho, inhame, frutas, etc... Cada uma prometia o que o marido tinha para dar.

Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era a mulher do entalhador e seu marido não tinha nada daquilo para oferecer... Olurombi não sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Irôko o primeiro filho que tivesse...

Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães, felizes e gratas, foram levar a Irôko suas prendas. Em torno do tronco de Irôko depositaram suas oferendas. Assim Irôko recebeu milho, inhame, frutas, etc...

Olurombi contou toda a história ao marido, mas não pôde cumprir sua promessa. Ela e o marido, naturalmente, apegaram-se demais ao menino prometido.
No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braços trêmulos, temerosa, o filhinho tão querido... E o tempo passou... Olurombi mantinha a criança longe da árvore e, assim, o menino crescia forte e sadio.
Mas um belo dia, passava Olurombi pelas imediações do Irôko, entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem na sua frente, saltou o temível espírito da árvore.

Disse Irôko: “Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra dada. Transformo-te então num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa.”
E transformou Olurombi num pássaro e ele voou para a copa de Irôko para ali viver para sempre.

Olurombi nunca voltou para casa, e o entalhador a procurou, em vão, por toda parte... Ele mantinha o menino em casa, longe de todos.
Todos os que passavam perto da árvore ouviam um pássaro que cantava o nome de cada oferenda feita a Irôko... Até que um dia, quando o artesão passava perto dali, ele próprio escutou
o tal pássaro, que cantava assim:

"...A que prometeu frutas trouxe as frutas... A que prometeu inhames trouxe os inhames... A que prometeu milho de o milho... Só não cumpriu a palavra a que prometeu o filho..."

Sim, só podia ser Olurombi, enfeitiçada por Irôko, ele pensou.

Ele tinha que salvar sua mulher! Mas como, se amava tanto seu pequeno filho? Ele pensou e pensou e pensou e teve uma grande idéia. Foi à floresta, escolheu o mais belo lenho de Irôko, levou-o para casa e começou a entalhar. Da madeira entalhada fez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido. O fez com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu e pintou o boneco com esmero, preparando-o com a água perfumada de ervas sagradas. Vestiu a figura de pau com as melhores roupas do menino e a enfeitou com ricas jóias de família e raros adornos. Quando pronto, ele levou o menino de pau para Irôko e o depositou aos pés da árvore sagrada.
Irôko gostou muito do presente. Era o menino que ele tanto esperava! E o menino sorria sempre, passava a sensação de alegria. Irôko apreciou sobremaneira o fato de que ele jamais se assustava quando seus olhos se cruzavam... Não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor e nem lhe dava as costas com medo de o olhar de frente.
Irôko estava feliz. Embalando a criança, seu pequeno menino de pau, batia os pés no chão e cantava animadamente.

Tendo sido paga, enfim, a antiga promessa, Irôko devolveu a Olurombi a forma de mulher. Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltou para o marido artesão e para o filho, já crescido e enfim libertado da promessa.

Alguns dias depois, os três levaram para Irôko muitas oferendas. Levaram espigas de milho, inhame, frutas, laços de tecido de estampas coloridas para adornar o tronco da árvore. Eram presentes oferecidos por todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi.

Até hoje todos levam oferendas a Irôko.

Porque Irôko dá o que as pessoas pedem.

E todos dão para Irôko o prometido...

Senão...


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Mérien... Mérien... Mérien... Mérien...

Pouco se sabe da verdade do trovador que cá voz traz segredos esquecidos nas brumas do passado...
Contam e cantam os clérigos de Mérien que pelas areias do tempo Moiro Trovante foi chamado por sua mestra ao círculo das Deusas onde em maravilhosa canção tocou o coração imortal da Grande Mérien...


És uma senhora tão bonita
Quanto o canto do teu filho
Mérien Mérien Mérien Mérien

Vou te fazer um pedido

Mérien Mérien Mérien Mérien


Compositora dos destinos

Tambor de todos os ritmos

Mérien Mérien Mérien Mérien

Entro num acordo contigo

Mérien Mérine Mérien Mérien


Por seres tão inventiva

De pareceres contínuos
Mérien Mérien Mérien Mérien

És uma das deusas mais lindas

Mérien Mérien Mérien Mérien


Que sejas 'inda mais viva

No som do meu estribilho

Mérien Mérien Mérien Mérien

Ouve bem o que te digo
Mérien Mérien Mérien Mérien


Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Mérien Mérien Mérien Mérien
Quando o tempo for propício
Mérien Mérien Mérien Mérien

De modo que o meu espírito

Ganhe um brilho definido
Mérien Mérien Mérien Mérien
E eu espalhe benefícios

Mérien Mérien Mérien Mérien

O que usaremos p'ra isso

Fica guardado em sigilo

Mérien Mérien Mérien Mérien
Apenas com "tigo" e "migo"

Mérien Mérien Mérien Mérien

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Mérien Mérien Mérien Mérien
Não serei nem terás sido
Mérien Mérien Mérien Mérien

Ainda assim acredito

Ser possível reunirmo-nos

Mérien Mérien Mérien Mérien
Num outro nível de vínculo

Mérien Mérien Mérien Mérien

Portanto peço-te aquilo

E te ofereço elogios

Mérien Mérien Mérien Mérien
Nas rimas do meu estilo

Mérien Mérien Mérien Mérien


Tendo agradado a senhora do tempo, com as bênçãos de Mérien e suas irmãs, O Trovador Do Além-Mar ganha o dom de percorrer as areias do tempo colecionando segredos antigos e sempre cantando em honra as Deusas irmãs da criação para que estas sejam lembradas por seus amados filhos...
E este não é um pacto de controle do tempo como o da Deusa com seus clérigos... Nem um truque perigoso como aprendeu a usar Soreno - O Mago do Tempo de terrível destino incerto - O Bardo ganha da própria Mérien um presente, a dádiva de viajar entre os mundos e areias dos tempos...

A inspiração do bardo vem da vivência.


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Celebrar!


Um novo dia,
Um novo começo, mesmo que das mesmas coisas,
Entretanto, com outra perspectiva,
Afinal, por que não pode ser tudo melhor?

Se cada passo que damos é totalmente responsabilidade nossa
Com certeza somos culpados pelas consequências,
No entanto ser culpado não é como cometer um crime,
E sim uma atitude adulta de saber fazer escolhas.

Mesmo que hoje, amanhã, depois...
Sejam sempre apenas "mais um dia",
Ainda estamos aqui,
E estaremos sempre,
Durante um bom tempo...

Que a vida venha sempre cheia de celebrações e alegrias,
Pois para isso basta apenas de uma pequena atitude:

Sorria!

E isso,
Essa vontade,
No final,
Está dentro de nós o tempo todo.

Feliz 2009!


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