Atmadja – Parte 13 : Haestiallis


Voar em grifos a princípio pareceu uma idéia excelente, mas depois de ficar sobre o lombo da criatura por um dia inteiro deixou as crianças exaustas. Os adultos também estavam cansados da viagem, mas eles resistiam melhor às condições que estavam, de qualquer forma, em alguns minutos eles iriam parar para uma refeição e quem sabe tirar um cochilo breve.

Depois de algum tempo, eles acabaram encontrando um lugar com uma lagoa e algumas árvores com grama e algumas folhagens ao seu redor, decidiram que seria ali o local da sua parada naquele instante. Durante da parada, Selena e Jim caíram num sono gostoso sob a sombra de algumas árvores que existiam em um “quase-oasis” que eles acabaram encontrando por ali.

O sol era forte e constante, o céu sem nuvens fazia com que os dias parecessem mais longos do que eles realmente eram, e a viagem era muito desgastante. O que lhes dava um alívio maior, era que esse vôo não seria muito longo, apenas mais dois dias e finalmente encontrariam a tal tumba que poderia por fim na sua jornada.

Os jovens eram os mais cansados, mas ao final, todos acabaram por dormir e relaxar um pouco.

Jim fora o primeiro a acordar, pois tinha ouvido alguns sons curiosos vindos da gruta que encontrara e onde repousava tranquilamente. Sem chamar a atenção dos outros, ele resolveu seguir a extensão da gruta para ver se encontrava o que quer que fosse que estava fazendo aquele som baixo e desconhecido, mas antes de terminar os seus primeiros 10 passos, Moiro já estava com seus olhos abertos e observava o pequeno garoto alimentar sua curiosidade juvenil. Ele resolveu seguir o garoto a distância, sem que ele percebesse com a intenção de ver como o pequeno iria proceder nessa situação, e para confirmar se o som era realmente o que ele desconfiava que fosse.



O menino desceu gruta abaixo, escorregando sobre pedras altas, e fazendo uma trilha pelo caminho percorrido. O interior da gruta era virgem, sem nenhum sinal de exploração, o que quer que fosse que vivia ali, jamais saíra, e se saia, com certeza não era pelo solo que eles percorriam agora.

Jim começava a ficar receoso, pois a luz do sol estava acabando conforme ele ia pro fundo da gruta e mais alguns passos e ele não estaria vendo mais nada. Contudo, quando Jim cogitou a hipótese de voltar, ele avistou a distância um pequeno brilho de cor azulada que de fato despertou sua curiosidade ainda mais.
Sem se importar com a escuridão, ele caminhava a frente apenas guiado pela luz.

Apesar de não estar muito longe do brilho azulado, o interior da gruta era bastante acidentado, o que deixava o percurso difícil e perigoso, mas isso não foi o que impediu Jim de prosseguir, mas sim, o próprio brilho que o incentivou a continuar pelo escuro. Agora ele começava a entender que não era um pequeno brilho que estava perto, na verdade era um brilho grande que estava bem longe. Jim parou, e levou o maior dos sustos quando Moiro chegou e tocou seu ombro.

Ele estava prestes a gritar quando o bardo tapou sua boca com uma das mãos e apontou para o brilho com a outra, dizendo para o garoto olhar com atenção para o evento que estava prestes a presenciar, e começou a entoar baixinho uma canção que estava totalmente sintonizada com a harmonia do interior da caverna.

Jim, com seus sentidos aguçados graças a canção de Moiro, pode perceber do que se tratava a tal luz, era um enorme besouro que ali estava e o brilho azul vinha de parte de seu chifre o qual servia como um convite para o seu padecer mágico.



Na sua canção, Moiro entoava a história da criatura mística para Jim o qual, cada vez mais se aproximou do inseto gigante.


Kalien, Alevish
Mostre sua luz
Vim apreciar sua partida

Hedea Adien Lievin
Fui chamado, fui chamado
Para herdar seu legado mágico

Kalien Adien Tish
Entrarei em harmonia
E serei parte de ti

Ó besouro das profundezas
Vieste até aqui para me encontrar
E em nome de ti, farei juz
a este merecido presente

Lai lai lai
Lai lai
Lai lai lai
La La
.


A grande criatura estava morta, e agora Jim inconscientemente sabia que deveria tirar o chifre do besouro sozinho, pois isso era uma missão apenas sua.

Moiro voltou a superfície, todos já estavam despertos e esperavam seu retorno junto com Jim de onde quer que tivessem ido, mas quando viram apenas um dos dois saindo da escuridão, se apressaram em perguntar o que havia acontecido.
E Moiro lhes explicou...

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