Atmadja – Parte 20 : A Chave



Depois de majestosamente derrotar o monstro-luz, Melissa se deixou relaxar e deitou no chão olhando para o céu e sabendo que, de alguma forma, Moiro e Jonos cuidariam para que o fato da ilha estar se destruindo não impedisse que Selena cumprisse a sua missão.
No interior da ilha voadora, Jonos estava sentado no chão ao lado de Jim, resmungando palavrões sobre ter se descuidado e quase caído.
O ambiente agora estava tomado pela calmaria trazida pelo anima de Melissa que ainda estava espalhado no ar, retornando aos poucos para o seu corpo deitado.

Moiro correu para a parte superior da ilha, ele queria saber a que distância estava do seu destino. Ele se surpreendeu ao notar que as nuvens que ele acreditava ser a chave para o destino final de Selena estavam a alguns metros a frente, mas não o suficiente para se alcançar com um salto ou uma corda, seria necessário a ajuda de sua ave mais uma vez, para que ela carregasse a pequena princesa, afinal, foi nesse tipo de coisa que ele pensou quando se dispôs a acompanhá-la nessa jornada.
Enquanto isso Holy saiu correndo para o fundo das ruínas deixando Jim e Jonos para trás, ela sentiu que não poderia demorar mais para entregar o pergaminho que estava em sua posse, mas era destinado à Selena, precisava encontrá-la rápido.
Os dois guerreiros, por sua vez ao verem a pequena Holy sair correndo dali, não hesitaram em ir atrás dela, era perigoso demais deixá-la andar sozinha por ali no estado em que as coisas se encontravam.

Holy estava atônita, ela precisava de qualquer maneira encontrar Selena antes que fosse tarde demais, pois sabia que já havia passado da hora de lhe entregar a chave para o final de sua missão e se ela falhasse, teria de enfrentar tamanhas conseqüências que nem ela, nem suas deusas poderiam mensurar e o mundo como é conhecido sofreria grandes mudanças. O lado bom era que de certo modo Holy sabia como e onde ia encontrar a princesa naquele momento.



A jovem Selena estava mergulhada em mais confusão. Ao ver a sua criatura de luz ser derrotada por Melissa, novamente ela colocou em cheque qual o motivo daquilo tudo estar lhe acontecendo, ela não sabia mais como lidar com essa situação, ela queria que Faeh estivesse ali para lhe dar a mão, queria que Moiro voltasse até ela e a carregasse de volta pra casa, queria que Jim nunca a tivesse deixado entrar naquela cripta onde encontraram a luneta...
Ela estava chorando em um canto escuro, chorando sozinha, ou pelo menos ela pensava que estava sozinha.

Das sombras no interior da sua mente, surgiu algo que poderia ser nomeado como o lado negro da sua persona, uma criatura que se criava dentro da cabeça da princesa desde o momento em que ela tomou para si aquela luneta que havia sido escondida em seu castelo incontáveis dias atrás.
Essa criatura veio para tomar Selena para si, sua intenção era claramente corromper a jovem e assustá-la o suficiente para que ela mesma abrisse mão de seu corpo e desse espaço para que o objeto tomasse forma humana e terminasse com êxito impar a função para qual fora criado.
Selena, contudo, não estava disposta a fazer isso. Ela estava assustada e confusa, mas ainda tinha seu jovem e forte espírito dentro de si. E isso teria que ser o suficiente para ela conseguir superar os seus temores que agora vieram assombrá-la.

A criatura era disforme, ela tinha os rostos amedrontados de todos os pesadelos que assombram os humanos há eras, era feita de escuridão e sua principal face não tinha expressão alguma. De sua boca imóvel saiam sons incompreensíveis os quais por sua fonética antiga e irreconhecível por qualquer outra coisa que Selena já tivesse visto, por si só eram aterrorizantes e faziam com que a menina tivesse vontade de correr para baixo de uma cama, ou qualquer outro lugar onde pudesse se esconder, mas sua mente ali, era um espaço plano, amplo e sem arestas onde ela pudesse tentar correr para se proteger.
Então, para a jovem princesa não restava nenhuma outra alternativa a não ser enfrentá-la ou ceder sua anima para quaisquer fins que a vontade criatura quisesse.

O monstro estendeu uma de suas mãos sombrias para Selena, seu rosto morto não refletia qualquer vontade, o que fazia com que Selena sentisse certa pena por ter tamanha presença a sua frente e perceber que essa entidade não tinha personalidade alguma dentro de si.
A jovem decidiu que tamanho poder não podia ser tão solitário e desolado assim, ele precisava de alguém, ao menos para brincar. E assim, carinhosamente ela estendeu a mão para o monstro aceitando seu toque gélido...



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Atmadja – Parte 19 : Poder



Momentos antes...

A pequena Selena estava triste, ela se escondera na parte mais baixa da tumba voadora e lá, sozinha, conversava consigo mesma sobre o que estava fazendo ali afinal. Se a sua missão era realmente destruir esta luneta, ou se ela era a escolhida para mudar o mundo. A jovem estava confusa, não sabia mais qual rumo tomar, e foi nessa hora que ela decidiu por usar a luneta voluntariamente dessa vez.
Dali de onde ela estava, a princesa era capaz de ver, por entre as paredes, alguns dos feixes de luz que carregavam a ilha. Por alguns instantes ela ficou envolvida por uma luz escura a qual a envolveu por completo em brumas negras. Apontando a luneta para o canto com as luzes, Selena proferiu algumas palavras enquanto transformava as luzes-guias em mais uma criatura, desta vez, uma poderosa o bastante para dar cabo daquilo tudo de uma vez por todas.


A mão gigantesca foi ao encontro do anão com a intenção clara de tentar esmagá-lo e o guerreiro não teria tempo para encontrar um lugar para se proteger contra aquele tipo de ataque. Ele tentou correr para uma parte coberta da estrutura mais próxima, mas a mão desceu dos céus com tanta velocidade que acabou não dando tempo dele chegar ao seu destino.
Contudo, a mão foi subitamente detida a poucos centímetros da cabeça de Jonos. Algo parecia tê-la atravessado e uma espécie de corda feita de anima subia em direção ao céu até se encontrar aos braços de Melissa, que a segurava com força.

A visão que se tinha dela não era a de uma mulher normal, mas sim de uma entidade beirando o divino, seus olhos brilhavam como o reflexo da luna maior, seus cabelos tomavam conta do ar e eram envoltos por inúmeros e cintilantes cristais de água, suas asas eram feitas completamente de anima amarelo e branco. E a sua voz, sua voz era algo marcante. Era metálica, ecoava, parecia que sua própria anima falava ao mesmo que o seu corpo. Essa era Melissa Hayle afinal, em sua forma e desenvoltura mais marcantes.



"Anão! Suma daí enquanto há tempo. Eu tentarei banir essa criatura deste mundo antes que o distúrbio causado pela sua manifestação aqui atraia outros monstros da mesma espécie. Se a pequena Selena foi quem a criou, aquela luneta é de fato maldita e deve ser banida também. O quanto antes!”

Dizendo isso, Melissa viu Jonos correr para dentro das catacumbas enquanto ela deixava a mão da criatura se chocar contra a ilha parada no ar.
Toda a estrutura construída ali começou a tremer, o chão começou a rachar e aos poucos a ilha voadora estava ruindo. Melissa olhou com atenção para a criatura que ali estava. Era um enorme mostro feito de luz, poeira escura e trevas, ela ficou surpresa ao notar que essa criatura também era feita de anima, o que a caracterizava como um mostro mágico altamente poderoso, e o pior... Com intenções destruidoras assim como o mostro de vento que eles enfrentaram tempo atrás.

Melissa sacou seu arco, agora muito mais majestoso do que antes. Ele irradiava energia mágica, parecia sair de fato de dentro da própria Melissa, uma arma assim já havia sido vista antes pelo pássaro de Moiro, há muito tempo...
Com sua arma em punho, ela disparou uma flecha na direção da cabeça da criatura, a qual a atingiu em cheio, causando uma onda de choque que empurrou o ar em todas as direções e fez com que a enorme criatura fosse jogada ao chão.
O monstro caído esticou seus braços na direção da amazona tentando agarrá-la, mas ela voava como se o próprio vento fossem seus pés, asas e pernas. Era praticamente impossível para a criatura completar sua intenção de capturar Melissa, pelo menos seria impossível enquanto ela continuasse usando aquele método.
Melissa deslizava pelos céus disparando suas rajadas de flechas contra o monstro, o deixando cada vez mais preso ao chão.

Enquanto isso, a ilha se despedaçava e deixava todos ali presentes preocupados com o que iria lhes acontecer ali se esse novo e gigantesco monstro que os atacava não fosse detido. Moiro enviou sua ave para auxiliar Melissa na luta contra a criatura de luz, mas a sua ave majestosa soube que isso seria desnecessário logo que viu a amazona usando seus poderes mágicos.
O anão Jonos havia saltado para dentro da construção e acabara por cair entre as rachaduras que lá surgiram, mas ele conseguiu se segurar em uma parte mais firme evitando assim que despencasse da ilha. O garoto Jim, vendo o anão rolando e se batendo pelos destroços, correu para ajudá-lo a ficar em segurança novamente, ele não sabia o que havia acontecido para a ilha estar daquela forma, se desmontando em pleno ar e estava muito preocupado com o paradeiro de Selena.

A criatura mais uma vez tentava atacar Melissa, dessa vez disparando raios de luz mágica em várias direções, alguns deles atingindo as montanhas, o chão abaixo e a ilha voadora em ruínas. A amazona, no entanto, desviou de todos eles e acabou voando até o meio entre as pernas do monstro. Dali mesmo, ela começou a mirar para o alto, enquanto ele procurava por ela.
Uma quantidade imensa de energia estava se acumulando ali, se podia sentir de uma longa distância o que quer que fosse que Melissa estava acumulando ali, o monstro-luz percebeu isso e virou-se para baixo visando acertá-la com um ataque fulminante com ambas as suas mãos iluminadas e carregadas de raios de luz.
Vários círculos mágicos apareceram em frente ao seu arco-de-anima e isso, evidentemente mostrava que Melissa não era apenas uma guerreira fabulosa, mas revelavam que ela detinha poderes a muito esquecidos, poderes do mundo antigo, e algo que ninguém nunca tinha usado desde o Exílio.
Alguns poucos metros antes que as mãos da criatura enterrassem Melissa na areia, ela disparou sua flecha mágica. Ao longe se podia ver um risco vertical que ia do chão até se perder de vista nos céus, ele era feito de todas as cores possíveis que a anima podia tomar, e tão logo a flecha partiu para o seu destino, o próprio som deixou de se proliferar para prestigiar tamanho feito. Desnecessário dizer que, depois disso, a criatura que estava a destruir tudo a sua volta tornou-se pequenos globos de luz cintilante que se dissipavam pelo ar até sumirem por completo deixando cair uma fina chuva juntamente com a formação de um arco íris para observadores mais distantes.



Selena continuava escondida, dessa vez em meio às rachaduras do que restara da ilha. Ela chorava, seus olhos eram fundos e cor de sombra. A pequena princesa, ora sorria, ora ficava séria, havia algo dentro da sua mente que a perturbava, algo que estava tomando conta de seu interior...

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Ave Extraordinária - Introdução

...Alva e brilhante, mais que as fagulhas da Luna Estrela*, a ave mítica que os sábios antigos chamam Lumerpa é um dos mais belos mensageiros de Athamoni**, dizem que o brilho de suas plumas parece iluminar todo o ambiente, ao ponto que ninguém jamais viu sua sombra... Presenciar o vôo da ave extraordinária é uma dádiva rara que traz paz ao coração de qualquer criatura.
Sua origem é mistério, um fato que esse mundo ignora, mas diz-se por essas terras que já fora vista em muitos lugares. Há relatos que a ave extraordinária vem do mar, da direção da Lua, e em pouco tempo volta pelo mesmo caminho, espalhando um rastro de magia antiga e beleza a cada visita, o motivo pelo qual esse pássaro da cor da Lua, e que brilha como o Sol, vem às terras do Exílio é mistério igual..


"Lumerpa" Do 'Compêndio de Hanna'.



* Fênomeno anual em que as magas luas das terras do Exílio alinham-se emitindo feixes brilhantes da energia lunar.

** Lendária Deusa da criação.


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Atmadja – Parte 18 : O Golpe


Holy foi a primeira a encontrar a sala onde estava Jim, tão logo ela vira o garoto no centro do salão com sua arma pronta para desferir um golpe, a pequena sacerdotisa chamou por seu companheiro bardo, que estava próximo e veio até ali o mais rápido que pode.
A cena que Moiro viu era nova, porém o misterioso trovador sabia do que aquilo se tratava e impediu que Holy tentasse ajudar o garoto Jim, na escolha que deveria fazer dentro de instantes.
Eles, tanto Holy como Moiro viam o jovem garoto no centro da sala sendo cercado por duas entidades possuídas. Uma delas sendo a abominável criatura feita de grama, terra e galhos e a outra a pequena Selena com a luneta nas mãos, mas era claro que ele estava sendo testado. Apesar da natureza momentaneamente maligna das duas entidades, ele deveria saber qual das duas escolher para desferir o primeiro golpe, afinal sua nova espada fora feita pra isso, para banir essas criaturas do nosso mundo, e isso poderia ser feito com um único golpe.

Enquanto os três estavam no interior das tumbas, Jonos havia ido procurar Selena e Jim na parte de fora, onde ele se deparou com duas coisas incríveis que o surpreenderam quase de imediato. Uma delas foi que a espécie de ilha voadora em que ele se encontrava estava “caminhando”, indo rumo a algum lugar em pleno ar e a outra era o que fazia a ilha se mover facilmente pelo céu.
As luzes que uma vez habitavam a lamparina esquecida e que foram libertadas graças as jóias mágicas eram agora um guia etéreo com a missão de deslocar aquela construção toda pelo ar rumo ao seu destino o qual, segundo as lendas de seu avô, era um velho altar escondido nas nuvens sobre os picos Hadah’naar, mais ao norte. As lendas diziam que tal altar era um laço mágico entre o mundo físico de Khali e algum plano inferior tão denso que apenas o toque no pequeno portal que existe sobre o altar era capaz de mutilar membros ou desaparecer indefinidamente com quaisquer coisas que ali fossem depositadas.
Para o anão, era mais do que certo que as luzes levariam a ilha flutuante até tal lugar.



Moiro segurava Holy pelos ombros impedindo que a jovem entrasse muito na luz a ponto de tirar a concentração do garoto Jim, o qual estava piamente concentrado nas criaturas a sua volta.
O jovem olhava para ambas com igual intensidade, em sua mente passavam milhares de coisas, como sua infância dentro e fora do castelo de Gol’dhas, como sua amizade com Selena podia acabar ou se tornar ainda mais forte caso ele fosse capaz de protegê-la até o final dessa jornada e de coisas como o medo que passava dentro da sua jovem anima que, por mais intenso que fosse de certo modo era isso que ainda o mantinha ali, em pé com vontade de vencer o inimigo e acabar de uma vez por todas com isso tudo.
Os dois monstros se aproximavam, agora mais rapidamente, em sua direção. E ele se matinha ali no centro, ereto, firme, pronto para desferir um golpe certeiro na criatura, ele só precisava decidir qual atacaria primeiro. Ele olhou na direção da criatura Selena, com uma das mãos segurando o peito enquanto a outra mantinha a sua espada firme. Ele a encarou firmemente pedindo para que seu coração o ajudasse a saber onde seria o melhor golpe.
As criaturas estavam a menos de cinco passos do menino quando ele, subitamente, tomou a sua decisão e escolheu a estratégia que julgou ser a melhor para levá-lo até a vitória.

Enquanto isso, as luzes-guias conduziam rapidamente a “ilha” voadora até o seu destino acima das montanhas, e faziam isso com uma velocidade incrível, nunca se poderia imaginar que um monte de terra e tijolos de tal tamanho fosse capaz de se mover pelos ares tão rapidamente, mesmo sobre influência mágica.
O anão Jonos era prova viva disso, ele estava vivendo em realidade um de seus grandes sonhos e aproveitava cada momento, como se fosse o capitão dessa inusitada embarcação dos céus.
Ele parou de sonhar acordado tão logo fora capaz de perceber que os picos onde deveria estar o altar místico estavam se aproximando e durante estes instantes, ele tinha esquecido por completo dos novos amigos que fizera momentos atrás.

Dentro da tumba, Jim se preparava para desferir seus ataques contra os monstros criados pela luneta de Selena, enquanto ali mesmo, Moiro e Holy o observavam e torciam para que ele tomasse o caminho correto, mas o Moiro pressentia não era uma coisa boa, ele estava muito apreensivo e se preparava para uma atitude mais drástica caso o garoto falhasse na sua escolha.
Jim observou as duas criaturas mais uma vez, se concentrou e chamou por sua amiga mais uma vez. Do fundo de seu coração ele apenas ouviu ecos da própria voz, o que apenas o deixou com mais medo ainda, pois sabia que se falhasse ali, nunca mais veria sua grande amiga, nunca mais sairiam juntos para aventuras, e, pesando exatamente nisso, ele olhou para um dos monstros, o que estava mais a direita, cerrou os dentes e, com os olhos fechados saltou em direção a essa criatura com toda a força que tinha e desferiu-lhe um golpe vertical certeiro. Ao fazer isso, logo que a sua espada, Haestiallis, começou o movimento no ar, ela se envolveu de anima de cor azul e ficou com 3 vezes o tamanho normal, dançando pelo ar e completando o movimento do garoto em um golpe de potência inigualável, e que fora capaz de partir a criatura em duas.


Jim foi preciso, certeiro, e, para o alívio de Moiro e Holy, ele escolhera o alvo certo. Contudo, esse alívio não durou por muitos minutos, pois tão logo o garoto percebeu que a criatura havia sido destruída, no fervor do momento, ele se preparou novamente e partiu com toda a força que ainda lhe restava no corpo para cima do outro monstro, que na verdade era Selena, mas ele não fora capaz de enxergar isso.
Antes de finalizar seu golpe e cortar o outro monstro ao meio, Moiro saltou em sua direção como um pássaro se deslocando pelo ar e segurou a mão do menino milímetros antes dele atingir a outra criatura e acabar ferindo sua preciosa amiga.
Nesse exato instante, Selena voltou a si e se deparou com uma lâmina brilhante bem em frente a seus olhos, pronta para lhe cortar fora metade da cabeça. Isso a assustou de tal forma que a pequena princesa deu um salto pra trás, olhou para o portador da espada para confirmar se era mesmo o seu grande amigo e, abismada, saiu correndo em meio aos túneis, e galerias que se formavam nas paredes daquela antiga tumba.

Moiro tentou alcançar a jovem, mas ela parecia estar tomada quase que por completo pela energia maligna da luneta e isso dera a ela uma incrível facilidade para sumir entre as sombras.
Holy fora tentar consolar Jim, que também estava muito abalado com o que acabara de fazer. E enquanto isso, Jonos descia para tentar encontrar seus aliados. Contudo, todos foram detidos em suas ações por uma brusca parada da tumba voadora, que colocou todos no chão.
Jonos olhou para o céu preocupado com o que podia ter acontecido mas não viu nada mais do que uma gigantesca mão multicolorida passando pelo céu...

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Próximo?

Hail leitores da página de contos (não-revisados) do mundo de khali!

Com meu último conto chegando ao final, vim aqui informalmente dizer-lhes que estou em um impasse terrível.
Não sei se o próximo faço sobre:
A fábula do príncipe do deserto, o qual tem uma parte citada no conto Atmadja
Os contos sobre o Exílio, minha saga mais famosa e épica a qual já reescrevi duas vezes e acabei perdendo.
ou um conto totalmente novo no mundo atual em Khali.

Quem quiser opinar ai, pode ficar a vontade, a primeira opção é um conto pequeno com 3 partes, a segunda opção é uma história grande, dividida em 3 livros, cada um com em torno de 25 partes e a última opção (com a qual eu estou mais empolgado no momento) é um conto no qual o personagem principal é um anti-herói e praticamente toda ela se passa do ponto de vista do "vilão".

Ia listar alguns dos personagens que podem aparecer nas histórias, mas isso não vem ao caso agora.

Um grande abraço, e boa semana a todos.

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Atmadja – Parte 17 : Surpresas



Conforme Jonos encaixava as pedras na lamparina, feixes de luz saíam da mesma e começavam a encher as ruínas de luz mágica. Alguns mecanismos antigos, feitos de pedra e madeira pareciam começar a se ativar.
Todos na parte superior ficaram surpresos ao ver que o chão tremia levemente e que várias luzes emanavam em seu subsolo. A menina Holy sabia do que isso se tratava e desceu correndo procurando pelo anão com as pedras, pois era ela quem tinha de completar o adorno mágico da lamparina.

Enquanto Holy descia até Jonos, Moiro tentava consolar Selena sobre a perda de Faeh com uma de suas canções mágicas. Jim levantava e, com os braços caídos segurando a pequena espada brilhante, caminhava em direção ao bardo e sua amiga princesa. Ele também estava triste com a partida súbita de sua guardiã dançarina, estava confuso com tantas emoções e sentimentos repentinos, o jovem garoto tentava manter sua mente focada em se tornar forte, em ajudar, no entanto não era tão simples assim.
Selena não era a mesma. Não era mais possível ver aquela menina alegre e cheia de energia de antes, Mesmo com a canção de seu outro guardião, ela não entendia o motivo da sua grande amiga cigana ter partido.

A pequena Holy chegava até a sala onde estava Jonos e a lamparina, ela olhava pra ele com certo entusiasmo. O anão esbravejava palavrões por não ter as últimas peças e completar o sonho de seus ancestrais, mas Holy estava ali para isso, para entregar ao guerreiro as últimas pedras que faltavam para completar o conteúdo da lamparina e terminar a sua mágica.
Os olhos do anão brilhavam tanto quanto as próprias pedras e a luz que elas emitiam. Ele não acreditava no que acabava de ver. A pequena jovem entregava ao anão 3 pequenas e luminosas jóias que tinha guardado nos bolsos. Tão logo Jonos colocou as mãos nas pedras, ele as depositou na lamparina do pedestal e, muito entusiasmado, esperava por seus efeitos.

O lugar inteiro começava a tremer com maior intensidade, era certo que aquilo tudo iria ruir ainda mais. Percebendo isso, Moiro pediu para que Jim, mesmo em seu estado de desânimo, cuidasse de Selena que ele precisava descer para ver se os outros dois estavam bem e se realmente estava para acontecer algo que há muito tempo foi escondido das mãos humanas.

Ele concordou em ficar e cuidar de sua amiga, afinal desde que partiram, era mais do que sua responsabilidade olhar pela sua amiga.
Selena e Jim se abraçaram, os dois nunca imaginaram que sua aventura poderia tomar tal rumo, era um fardo pesado demais para duas crianças. Entretanto, eram duas crianças extremamente fortes, uma dava força e coragem para a outra e isso os fazia seguir em frente.
A jovem princesa sabia que teria de ir até o fim, pois ela tinha uma grande responsabilidade para cumprir, uma missão que pode garantir a paz no mundo todo, era algo demais para ela e por isso não podia se dar a menor chance de falha.

Luzes multicoloridas se espalhavam por todo o lugar, a tumba, agora repleta de vida natural, começava a se desprender do solo e flutuar, isso de fato não estava nos planos, nessas ruínas deveriam apenas estar guardados os segredos de como se destruir a luneta amaldiçoada, agora era uma fantástica construção flutuante em pleno deserto. Moiro conhecia as lendas sobre tal lugar e não ficara tão maravilhado como seus amigos, ele tinha uma idéia mais completa sobre as culturas antigas e algumas invenções da raça dos Jolies.
Jonos sabia que as histórias de seu avô eram reais e mais do que nunca se sentia extremamente satisfeito por poder comprovar isso com as próprias mãos. A jovem Holy estava ali, ajudando para que tudo desse certo para todos eles, nesse momento só faltava uma parte da sua missão, a de entregar o pergaminho a princesa de Aura, para que ela pudesse terminar sua jornada a salvo.



Selena decidiu que não ficaria ali, sem pensar, empurrou Jim para longe, fazendo-o cair na parte mais abaixo das ruínas e correu, sua bolsa brilhava intensamente refletindo a vontade que sua luneta amaldiçoada tinha de ser usada novamente.
Enquanto a construção toda subia aos céus, as duas crianças se afastavam cada vez mais, uma correndo, inconscientemente procurando cantos escuros enquanto seu amigo se recuperava da queda e tentava alcançar a parte mais alta onde estava antes. Era claro, mais uma vez a princesa estava sobre influência da luneta, que ficava cada vez mais forte a medida que eles se aproximavam de completar sua missão e destruir o artefato.

Jonos, Holy e Moiro estavam no subsolo da catacumba voadora e viram todas aquelas luzes desaparecerem diante de seus olhos. Moiro rapidamente sentiu que aquilo não foi um acontecimento natural, algo tinha mudado as luzes, alguém tinha mudado elas, e mudado para o lado mau.
A jovem Holy sentiu mais uma presença maligna naquele lugar, o que a fez sair dali correndo, chamado por seus dois novos amigos e dizendo que precisariam muito descobrir o que é que a perturbou tanto.

Jim terminou de escalar as pedras e se deparou com uma óbvia decepção, sua amiga não estava mais lá. O garoto tinha vontade de chorar, mas foi forte e conseguiu conter suas lágrimas, ele sabia que era chegada a hora de ser forte, de resolver seus problemas ao invés de correr deles. Com isso em mente, o garoto desceu novamente para o piso inferior da tumba e, com sua espada em punho, começou a procurar por sua amiga.
Ele ouvia sussurros por toda parte, barulhos de pessoas correndo de um lado para o outro e sons de galhos e folhas se mexendo aleatoriamente, Jim sentia medo, mas seguia em frente. Após caminhar um pouco por entre os corredores, ele se deparou com uma sala um pouco maior que as outras, com alguns caixões e sarcófagos antigos, nessa sala os sons que ele ouvia eram mais fortes e pareciam falar diretamente com ele.
Depois de caminhar por uns instantes, ele parou, sabia que das sombras daquela sala viria algo em seu encontro, tendo isso em mente, Jim parou no centro da sala muito concentrado, ele ouvia frases como “você não a conhece”, “quero lhe ver escolher”, “você é um inútil e vai cometer mais um erro”. Essas coisas iam entrando na sua cabeça e o deixando mais e mais confuso e com medo.
Quando Jim estava com toda a pressão na sua cabeça, os sons dos galhos aumentaram e do fundo da sala, surgiu não apenas uma, mas duas criaturas abomináveis as quais caminhavam em sua direção incessantemente.



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