Atmadja – Parte 9 : Kah Lad


Estavam todos arrumando as malas para começar a viagem até o Reino de Kah Lad, onde procurariam por um testamento esquecido em meio ao deserto de Na’haari. A Princesa Selena expressava uma certa e incomum angústia quanto a essa viagem, Jim se preparava com uma adaga e fazia sua mala com mantimentos e Faeh, que seria a responsável pela viagem dos pequenos, trocava seu vestido por um mais curto enquanto pensava em novas canções e em qual das suas flautas ela levaria consigo.
O velho ancião estava deitado em sua cama de palhas murmurando algo em uma língua estranha que Faeh preferia não prestar atenção, sempre que ele fazia isso, uma notícia ruim era dada.

Dentro de algumas horas eles estariam partindo, mas Selena estava estranha, ela estava sentada no galho de uma árvore com o olhar desfocado e perdido, era como se estivesse em uma espécie de transe.
Jim precisou chamá-la mais de três vezes até que ela conseguisse ouvir o chamado e prestar atenção no amigo aos seus pés. Mesmo com a insistência do amigo, ela preferiu não comentar nada sobre o que ela estava sentindo naquele momento.



Então seguiram, rumo ao sul ao som da belíssima e encantadora voz de Faeh, a qual entoava hinos que faziam o vento se movimentar a favor dos seus cavalos, hinos que davam energia renovada para todos eles e que inspiravam as crianças a cantar junto com ela.
Durante o percurso todo, Selena esteve com aquele mesmo olhar perdido várias vezes, não quis falar sobre esse assunto com ninguém e isso, claramente deixou Faeh apreensiva, mas ela fez a vontade da menina e deixou o assunto de lado.

Depois de muitos dias viajando e muitas paradas ao luar, finalmente os três alcançaram as terras ermas do sul que faziam a fronteira entre Kah Lad e Aura o que significava que dentro de alguns dias estariam alcançando a grande cidade-capital de Kah Lad, Seh’das e seu maravilhoso castelo-oasis, de lá Faeh sabia que poderia contar com as montarias aladas do rei-sultão Yonehad, ficando assim muito mais fácil para eles alcançarem o deserto que lhes era de destino.

Passaram-se os dias de sol forte, como era de costume em Kah Lad, e eis que finalmente Selena e seus companheiros alcançaram o majestoso castelo de Seh’das, rodeado por uma grande cidade em um inacreditável Oasis em meio a areia e pedra.
Sem muitas delongas, Faeh tratou de convencer os guardiões das muradas da cidade a deixá-los entrar logo, pois eram viajantes do norte e tinham assuntos importantes a tratar.
Entretanto, apesar de terem entrado facilmente na cidade, foram impedidos de alcançar o castelo sem uma identificação apropriada e mesmo com todo o carisma e lábia de Faeh, não foi possível que eles passassem dos portões do castelo.
Estranhamente, Selena começou a chorar e a gritar com os guardas, implorando para que lhes deixassem entrar, pois ela não agüentava mais toda essa historia e queria voltar pra casa, mas isso de nada adiantou, os guardas continuaram inflexíveis.



Logo em seguida, desce dos céus uma enorme ave dourada a qual a simples presença fez com que os guardas fizessem suas reverências e abrissem os portões e logo que a ave pousou, seu “domador” por assim dizer, disse aos guardas que estava tudo bem, que as duas crianças e a jovem dama eram seus convidados e parceiros de viagem, e que nenhum guarda em Kah Lad poderia negar passagem a amigos de Moiro Trovante!

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