Atmadja – Parte 14 : Encontro



Jonos correu em direção à pequena garota, contudo ela não havia sequer notado a presença de mais uma pessoa naquele local, parecia estar apenas preocupada com um punhado de papel amassado que tinha nos braços...

Moiro melodicamente lhes contara o que havia acabado de acontecer dentro daquela inusitada gruta a qual eles haviam escolhido parar.


"Um besouro celeste,
Mágico, invisível,
Escolhe ao final da sua vida
Presentear uma pessoa
Com seu chifre mágico.

Encantador é o seu brilho,
Assim como aquele que o recebe
Se por assim lhe foi entregue,
Um belo fim espere ter
Pois o besouro escolhe o único
Que Haestiallis merecer”



Melissa parecia não dar muita importância pra historia do besouro, mas ela certamente quis saber o que significava “Haestiallis”. Moiro estava prestes a começar outra canção para explicar, mas Melissa o interrompeu e pediu para que ele falasse de uma vez e não enrolasse com musiquinhas.
E Moiro, olhando pacientemente para a jovem, assim o fez, e explicou que se tratava do chifre afiado e mágico do besouro, obviamente poderia ser usado como arma pelo garoto escolhido até que ele aprenda seu verdadeiro significado.

Faeh acordou entusiasmada com o fim da viagem se aproximando, pois ela finalmente poderia comprovar a versão da história que o velho ancião lhes contara. De certo modo sabia que o pressentimento que tivera noite passada estava correto, e o preço para o fim de toda essa trama com a luneta não seria barato.

Selena estava fascinada com o que o seu grande amigo tinha nas mãos, era um chifre que emitia um brilho azulado, era do tamanho do seu antebraço e não parecia ser nem um pouco pesado. Contudo, ninguém além de Jim podia tocá-lo, fora das suas mãos, era apenas um pedaço de esqueleto semi-invisível e sem mágica alguma.
Jim era quem parecia realmente mudado, alguma coisa nessa historia toda ainda não fazia total sentido pra ele, aquela mágica toda em suas mãos lhe era estranho e com certeza ia trazer conseqüências e mudanças inesperadas.

O anão correu e pegou a pequena nos braços, ela segurou com força os papeis que tinha nos braços, parecia realmente disposta a dar a vida por aquilo.
Contudo, Jonos queria mesmo era saber onde estava sua jóia. Queria pegá-la de uma vez e ir embora, estava enjoado de engolir areia.


Depois de passada toda a empolgação com a história de Moiro e Jim, Melissa apressava todos para que montassem seus grifos e seguissem viagem, pois estavam perto da tal tumba e ela queria resolver logo essa história da luneta, pois esperava um novo e grande desafio no desfecho da jornada dos dois jovens que ela optou por seguir.
Em poucos instantes todos estavam novamente no ar e com toda a sua bagagem arrumada. Moiro ajudou Jim a “lapidar” a base do chifre de modo com que ficasse fácil de empunhá-lo, como uma espada curta.
E entre canções e ventos, eles voaram por muitas horas até que longe no horizonte abaixo deles, eram capazes de enxergar uma construção que os olhos aguçados de Moiro identificaram como um velho mausoléu abandonado na areia.
Entretanto existia lá algo que chamava mais a sua atenção do que o simples mausoléu, alguns metros adiante eles eram capazes de ver um furacão intenso. Faeh tentou desviar a atenção de Selena desse assunto, tentou baixar a altitude do seu grifo e contava para Selena uma historia improvisada.
Selena estava em transe novamente, ela instintivamente queria saber o que era o tal furacão, queria vê-lo, e como se uma mão invisível a controlasse, suas mãos foram até o conteúdo proibido de sua bolsa e sem pensar ela levou a luneta até seu olho direito e olhou para o furacão.



O que se seguiu foi os mesmo instantes silenciosos que eles estavam sendo obrigados a se acostumar, o furacão começou a mudar, começou a ficar mais agressivo, mais intenso, começou a ganhar vida.

Jonos via aquela coisa enorme girar. Ele sabia que ela tinha mudado, e ele sabia que não tinha mudado pra melhor, que ia atacá-lo se continuasse ali, então ele se apressou em por a garota nas costas e correr dali.
Quando alcançou uma distância relativamente segura, ele deixou a menina escondida atrás de umas pedras, sacou seu machado e voltou para encarar a criatura que havia se formado, seja lá qual fosse.




Melissa viu que Selena tinha transformado mais uma criatura e saltou de cima de seu grifo em direção ao solo, eram alguns metros de queda livre, mas das suas costas nasceram duas asas plasmáticas e coloridas as quais a mantiveram no ar levemente enquanto ela sacava seu arco e começava a disparar contra a criatura.
Faeh levou as mãos nos olhos, alcançou Selena e tirou a luneta das suas mãos, a qual caiu de cima do grifo em que estavam, o toque na luneta causou duas conseqüências inesperadas e inéditas para eles: Selena estava desacordada, pois o que ela viu dessa vez, parecia ser muito mais aterrador do que qualquer outro previamente visto, e Faeh tinha ambas as mãos em chamas, pois o toque na luneta em uso, certamente as machucariam de alguma forma, Faeh fisicamente e Selena mentalmente...

Moiro começou a entoar um de seus cânticos, dessa vez em encantamento totalmente diferente de qualquer outro até então mostrado pelo bardo, este não tinha ritmo constante, as palavras eram medonhas e ele parecia estar fora de si. Seu pássaro, até então um pequeno pintassilgo amarelo, em um passe de mágicas se transformou em uma ave gigantesca, parecida com uma fênix dourada e voou em direção ao furacão corrompido enquanto Jim, com medo, tentava se esconder, mas sabia que teria que ajudar a cuidar de Selena, querendo ou não.

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2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

aeee... ate que enfim a faeh apareceu.. porque que deixam a luneta com a selena ne..

ela so faz cagada mesmo..

husiuhisuhiashuias

nossamais tah cada vez mais emocionante essa história..

22 de setembro de 2009 às 18:58  
Blogger John Campos disse...

Tá chegando nos finalmente. :P

Não é que a Selena só faz "cagada", é que a influencia maligna da luneta é muito grande pra uma criança conter.
heheh

Logo posto a próxima parte.
Thanks Fah!

22 de setembro de 2009 às 22:37  

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